
É sexta feira, e como faço todos os dias, no intervalo para almoço corri até casa do meu pai para lhe dar um beijinho, muitas vezes prescindo desta refeição apenas para poder ver o seu sorriso. Desta vez não consegui.
-Malandro! deve andar a passear, pensei logo, mas as chaves não estavam debaixo do vaso como de costume o que significa que saiu à pressa, e lá voltei ao trabalho de estômago vazio, mas mais do que isso com a falta de sentir na cara as cócegas provocadas pela sua barba branca e farfalhuda.
Ao anoitecer o meu telemóvel toca, é o meu mano mais velho, atendi...e às primeiras palavras dele só recordo de me sentir agoniado, correr em direcção à casa de banho e cair de joelhos diante da sanita.
Apesar da dor sentida nos últimos dias, houve pessoas que não me deixaram sozinho, e seja a meu lado ou através de um simples telefonema mostraram toda a sua amizade, porque em momentos de tristeza até uma simples mensagem pode transformar-se num sorriso...
Obrigada principalmente à Susana, Cláudia e Cláudia(ViV), Cátia, Joaninha, Sónia, Ana, Gonçalo, Carlos e Gil, e a mais alguém que me possa ter feito companhia apenas em pensamento, uns são amigos de longa data, outros apenas pessoas que até há bem pouco tempo nem sequer sabia da sua existência. Poderiam ter sido muitos mais, se eu não tivesse o hábito de me fechar no meu casulo sempre que tenho um problema.
Hoje comeu bolachas com geleia de framboesa, as suas preferidas, pegou-me na mão e sorriu...
...o seu desejo é vencer esta dura batalha.