22.1.12
Os melhores anos
17.9.11
O aniversário do Pedro
Na sexta-feira sou convidado para uma festa, é o aniversário do Pedro e ele fez questão de convidar alguns dos seus amigos, a festa é ao ar livre, num jardim grande e relvado, estão cerca de 50 pessoas, ouve-se música alta, há gente a dançar, grupos de amigos a conversar, um pequeno bar. Eu deambulo por ali sozinho á procura de alguém conhecido. Subitamente, mesmo à minha frente, lá está ela, também sozinha. Tem um copo na mão e um ar um pouco perdido naquele ambiente. "Eu conheço-te", diz ela, "passeias todas as noites com a tua cadelinha no jardim". Faço que sim com a cabeça, um pouco atrapalhado. "Costumo ver-te sentado no banco do jardim quando vou à janela fumar um cigarro". Eu sei, digo, também costumo ver-te, mas não sabia que tinhas reparado em mim. Ela ri-se, "reparei, és o único que pára e fica a olhar para mim sentado naquele banco". Entretanto somos interrompidos, o Pedro aproxima-se, beija-a apaixonadamente e diz-me sorrindo: "Esta é a Mariana, a minha namorada, não sabia que já se conheciam". Fecho os olhos e faço-lhes uma careta enquanto se beijam de novo. Pouco depois saio da festa. Vou a casa, pego na trela e depressa volto à minha rotina.
11.11.09
O casaco azul
Era um casaco azul com botões prateados e com um corte clássico dos anos 60 ou 70.
Mesmo depois da minha mãe morrer continuei sem saber a importãncia daquele casaco sempre tão escovadinho, tão perfeitinho.
Numa manhã, ao passar pelo quarto do meu pai vejo-o a chorar sentado na cama de casal que em tempos partilhou com a minha mãe. Sentei-me ao seu lado, peguei-lhe nas suas mãos grandes e àsperas e perguntei-lhe porque chorava.
-Vesti este casaco quando casei com a tua mãe -respondeu.
-Foi o dia mais feliz da minha vida, e desde que Ela partiu eu nunca mais consegui ser feliz.
Permaneci em silencio.
-Prometes-me uma coisa filho? -perguntou-me.
-Claro pai! -respondi, beijando-lhe a face picante da barba por fazer.
-Um dia quando eu partir para junto da tua mãe quero ir com este casaco vestido. Foi ao lado da tua mãe que o vesti pela única vez, e é quando a reencontrar que o quero ter vestido de novo.
Agora era eu quem chorava.
Percebera finalmente o valor do casaco azul.
Aquele casaco fez parte da minha infãncia. Muitas vezes vestio-o sem o meu pai saber, para fingir ser um homem grande no meu mundo pequenino. Cresci a olhar para ele, a observá-lo, a apreciá-lo, a tentar perceber a sua história...
Hoje custou-me entrar naquele quarto e ver o cabide despido... E saber que nunca mais verei aquele casaco azul.
30.7.09
Final de tarde
8.4.09
A moradia 17
Estão dois homens a pintar a moradia que fica em frente à casa do meu pai, o que significa que os Müller devem vir passar a Páscoa a Portugal. Os Müller são uma família Alemã que tem uma casa de férias no meu bairro, mas já cá não vêm há tantos anos, que até pensei que tivessem morrido. Eu tinha seis ou sete anos e adorava quando eles vinham cá passar o Verão. Todos os dias me levavam à praia porque precisavam de alguém para brincar com a filha, porque eu tinha a mesma idade dela e porque eu era o único menino que eles conheciam na minha rua. A Kristin e eu mal nos percebíamos, mas nada que nos impedisse de aventurar pela praia sozinhos enquanto o Sr Jürgen dormitava na esplanada do Cascais Bar.
Um dia enquanto brincávamos na água, uma onda mais forte arrastou a Kristin, e lá estava ela prestes a morrer afogada. Sem perder tempo mergulhei, agarrei-lhe a mão direita e, com um gesto rápido puxei-a para um lugar seguro.
Durante os anos que se seguiram senti que este fora o melhor momento da minha vida. Tinha na realidade salvo a vida de alguém, e tinha ficado fascinado com a rapidez e a segurança dos meus movimentos nesse instante crítico. Via o salvamento na minha cabeça vezes sem conta, e vezes sem conta revivia a sensação de puxar aquela menina de dentro do mar.
Desde esse ano os Müller só vieram mais dois Verões, e eu não voltei a vê-la durante mais de quinze anos.
Esta manhã quando passei e vi a moradia 17 ser pintada não imaginava a surpresa que me esperava. Quando de noite fui visitar o meu pai, por acaso ou não, a minha velha amiga apareceu para me cumprimentar. Está agora crescida, é uma jovem mulher de vinte e cinco anos, que acaba de se licenciar, e devo dizer que senti algum orgulho em me ter procurado. No meio da difícil conversa que tentámos estabelecer, aludi à tarde de verão em que a tinha puxado debaixo da agua. Tinha curiosidade em saber até que ponto ela se lembrava de ter estado à beira da morte, mas pela expressão da sua cara quando lhe fiz a pergunta, era óbvio que não se lembrava de nada. Um olhar vazio, um ligeiro franzir de sobrancelhas e por fim um encolher de ombros.
Compreendi então que ela não se tinha apercebido que tinha estado em perigo. Todo o incidente ocorreu num instante, dez segundos, dez segundos da sua vida, um intervalo de tempo sem importância para ela. Para mim, por outro lado, esses dez segundos tinham representado uma experiência inesquecível, um acontecimento único na historia da minha vida.
25.3.09
from kosovo with love
São nove horas de uma manhã igual a tantas outras, e a minha corrida termina dentro da água, ainda gelada, da praia de Carcavelos. Agora corro sempre sozinho e mergulho sozinho...
Desde que o Manel partiu, as corridas já não têm piada, nem as corridas nem os mergulhos na água gelada.
"-O ultimo a entrar é um ovo podre!" Gritava ele enquanto fugia pela areia fora, ao mesmo tempo que se despia. E estas palavras motivavam-me a correr rapidamente, mergulhando sem hesitar nas gélidas águas de Inverno... Nenhum dos dois queria ser o "ovo podre", era demasiado irritante ter de passar o resto do dia a ouvir o outro tratar-nos por esse nome. Ganhava sempre eu! O Manel sempre foi o mais corajoso, mas eu o mais rápido...
Desde que decidiste partir para uma guerra que não era tua, para um país que nem sabias ao certo onde ficava, e defender pessoas que nem sequer conhecias, que as corridas na praia deixaram de fazer sentido.
Certa noite acordaste-me e disseste-me ao ouvido, para que o pai não ouvisse, que não conseguias ficar parado sabendo que milhares de pessoas morriam vitimas de uma guerra que não pediram. Sempre que falavas nisso, eu encolhia os ombros e dizia que nada podíamos fazer pela paz no Mundo, tu provaste-me o contrário! E hoje arriscas a tua própria vida para proteger Homens, Mulheres e Crianças que nem sabes sequer pronunciar o nome correctamente.
São nove horas de uma noite igual a tantas outras...
-O ultimo a entrar é um ovo podre!
-Estás doido!? acabas-te de regressar, estão todos à tua espera! respondi. Mas camisola e calças já voavam pelo ar, e a escuridão da noite não permitia ver senão um rasto de pegadas na areia que só terminou no mar.
... Bem-vindo!
20.3.09
Más companhias.
"-Queres uma pastilha?" Foram as minhas ultimas palavras antes de enfiar a roda na valeta.
Pensando em como algumas amizades se mantêm e outras não, lembro-me do facto de já ter furado três pneus desde que conduzo, e de nessas três ocasiões o Hélder estar dentro do meu carro...
Eu e o Hélder somos amigos desde a escola primaria, e embora sempre tenha havido um ou outro conflito na nossa amizade, ela tem resistido até aos dias de hoje... Ou pelo menos até ao dia de ontem!..
Ontem à noite, regressávamos os dois do Vasco da gama quando, uma manobra perigosa do carro que seguia à minha frente obriga-me a enfiar a roda dentro da valeta, resultando no terceiro furo da minha vida!
Fechei os olhos, desliguei o motor e inspirei bem fundo antes de sair do meu carro, e só então caminhei calmamente em direcção ao outro... E avisto uma bela rapariga de vestidinho curto e saltos altos a tentar sair desse carro com a mesma dificuldade que tem quem já bebeu mais do que a conta.
Claro que um simples telefonema para a policia resolveria o meu problema, mas não! O menino Hélder, motivado por segundas intenções, como é seu habito, decide resolver as coisas de outra maneira e convence-me a não ligar às autoridades. Primeiro pede calma à rapariga, que o olha com ar desconfiado, depois diz-lhe que tudo se vai resolver amigavelmente e que no dia seguinte a irá contactar para tratar de toda a papelada do seguro, mas que para isso acontecer precisaria ter o seu numero de telemóvel. Ela concordou acenando com a cabeça e, sorrindo com nervosismo lá escreveu alguns números meio tortos num lenço de papel sujo de maquilhagem. E alegremente seguiu viagem.
O Hélder esfregava as mãos de contente, pois já tinha o numero da rapariga e o segundo encontro com ela estava mais do que certo.
Olhou para mim, mordendo o lábio como quem diz: "-viste como se engata uma gaija?" enquanto eu abria e fechava a boca, como um peixinho fora de agua, ao mesmo tempo que mudava o pneu furado.
Hoje à tarde, como ele não dizia nada, e eu queria era o dinheirinho para comprar o pneu novo, decidi ir ter a casa dele, para saber o ponto da situação...
-Então, ligaste-lhe? -perguntei eu entusiasmado.
-Vá lá! fala homem, o que disse a rapariga?
-Oh... Calma! Liguei.... Liguei e só ouvi uma rapariga com uma voz suave dizer..."TMN, o numero que marcou não se encontra atribuído"
-Grrrrrrrr!!!
Bom, seria estúpido acreditar na existência de uma ligação directa entre conduzir com o Hélder dentro do meu carro e ter um furo.
O simples facto de continuar a ser seu amigo já me parece estúpido o suficiente!
9.3.09
On the road to Barcelona
2.3.09
A gaiola amarela
23.2.09
Vidas cruzadas
Ontem fui ver o Slumdog Millionaire. Adorei! O filme está genial, fiquei fascinado com a historia de Salim Malike e com a beleza de Latika (uma Indiana chamada Freida Pinto, pelo nome talvez seja descendente de colonizadores portugueses na Índia).
14.2.09
Silvina
Esta manhã enquanto fazia o trajecto de Lisboa para Sintra pus-me a brincar com os botões do velhinho rádio do meu carro, e ao passear de estação em estação páro numa música que normalmente só ouvia no gira-discos da casa dos meus pais...Essa música, e o agradável solinho que batia no vidro da frente, fizeram-me viajar pelo tempo, e por momentos imaginei-me em criança, enroscado no sofá com o sol a entrar pela janela e a minha mãe a olhar carinhosamente para mim ouvindo a tal música, enquanto eu devorava uma tigela de Cerelac...
"-CAMELO! Anda lá com essa merd*"...grita um condutor apressado, acordando-me dos meus pensamentos.
Já de tarde, no Pingo Doce da Avª Ferreira Borges, estava eu tranquilamente na fila com um pacote de bolachas digestivas na mão, quando ao chegar a minha vez de pagar, a Srª da caixa, uma mulher na casa dos sessenta anos com o cabelo pintado de castanho e umas grandes argolas nas orelhas, pega lentamente no pacote das bolachas e pára a olhar fixamente para mim, olha-me e diz que me conhece de algum lado, "-ups! Será que me reconheceu de quando eu era puto e abria todos os pacotes de cereais à procura dos prémios?" pensei logo, mas ela continuava calada a olhar-me nos olhos...até que subitamente grita: "-SILVINA! o nome Silvina diz-lhe alguma coisa?" e eu respondo: "-sim! é o nome da minha mãe", "-sério? ela andou comigo na escola primária, tinha um sorriso igualzinho ao seu...como é que ela está?". Abro a carteira, mostro-lhe uma foto a preto-e-branco e digo: "-Esta é a minha mãe...partiu há treze anos"
8.2.09
my smile is back
São 22h00 de sexta feira, um homem de bigode informa que os bilhetes estão esgotados perante o olhar desesperado de algumas raparigas que se acotovelam à entrada, mas eu não queria saber, eu já tinha o meu, e olhava sorridente para ele. Para mim era um bilhete especial e queria guardá-lo intacto para sempre.
Enquanto esperava pelo inicio do concerto entreti-me a fazer um pássaro em "origami" com o único papel que tinha para pedir o autógrafo à Rita. No final quando me aproximei de Miss RedShoes ela diz "-ai que lindo white bird, é para mim? que simpático!" e eu "sim sim Rita, claro! cof cof", e ups fiquei sem papel e lá teve que me assinar...no bilhete!
2.2.09
Quase famosos
Já na Fnac encontrámos o mais famoso dos nossos amigos, o Hélder, ele já ganhou dinheiro a bater palmas num programa da TVI o que na sua mente o transformou numa espécie de estrela da televisão, e enquanto folheávamos alguns livros, os três recordámos uma situação engraçada que se passou connosco no verão passado.
Numa noite de Agosto estávamos nós (vai-se lá saber porquê) numa casa de fados no Bairro Alto quando, ao entrar um animado grupo de pessoas se gera um burburinho entre a assistência, a fadista que na altura actuava, ao aperceber-se da confusão tenta manter a ordem mas em vão, vai daí acendem as luzes...então eu olho para o Hélder...o Hélder olha para mim e confirmamos que no animado grupo estava a Bjork! a Bjork estava mesmo ali ao nosso lado, mas alheia a este facto estava a fadista que tinha como principal objectivo captar as atenções do publico, e sem imaginar sequer quem seria aquela rapariga de olhos achinesados que estava a distrair os seus ouvintes, solta irritada um valente "shh shh"...
Dias depois Bjork actua perante 20 mil pessoas no Festival Sudoeste.
25.1.09
The Hardest Part
É sexta feira, e como faço todos os dias, no intervalo para almoço corri até casa do meu pai para lhe dar um beijinho, muitas vezes prescindo desta refeição apenas para poder ver o seu sorriso. Desta vez não consegui.
-Malandro! deve andar a passear, pensei logo, mas as chaves não estavam debaixo do vaso como de costume o que significa que saiu à pressa, e lá voltei ao trabalho de estômago vazio, mas mais do que isso com a falta de sentir na cara as cócegas provocadas pela sua barba branca e farfalhuda.
Ao anoitecer o meu telemóvel toca, é o meu mano mais velho, atendi...e às primeiras palavras dele só recordo de me sentir agoniado, correr em direcção à casa de banho e cair de joelhos diante da sanita.
Apesar da dor sentida nos últimos dias, houve pessoas que não me deixaram sozinho, e seja a meu lado ou através de um simples telefonema mostraram toda a sua amizade, porque em momentos de tristeza até uma simples mensagem pode transformar-se num sorriso...
Obrigada principalmente à Susana, Cláudia e Cláudia(ViV), Cátia, Joaninha, Sónia, Ana, Gonçalo, Carlos e Gil, e a mais alguém que me possa ter feito companhia apenas em pensamento, uns são amigos de longa data, outros apenas pessoas que até há bem pouco tempo nem sequer sabia da sua existência. Poderiam ter sido muitos mais, se eu não tivesse o hábito de me fechar no meu casulo sempre que tenho um problema.
Hoje comeu bolachas com geleia de framboesa, as suas preferidas, pegou-me na mão e sorriu...
...o seu desejo é vencer esta dura batalha.
17.1.09
Alegrias de um part-time...
Não estava a dar nenhum jogo da Selecção Portuguesa, mas todo o café parou a olhar para o ecrã do televisor.
Enquanto ao canto dois homens discutiam por qualquer motivo, eu mantive o habitual silencio e limitei-me dar o troco a uma Srª mal humorada, que segundos antes reclamava por lhe ter servido um café frio. Maldito part-time! podia reagir mas não me apetecia minimamente discutir com uma Senhora de 100kg...e ela virou-me costas a resmungar.
As noticias na TV pareciam não ser as mais animadoras, mas eu continuava entretido entre cervejas, sandes-mistas e algumas piadas sobre mulheres gordas até que a Srª mal humorada dá meia volta, regressa em minha direcção, levanta os braços e...dá-me um abraço, um abraço forte e longo. Quando ela me solta e olho em volta, todas as pessoas se abraçavam, homens, mulheres, bêbados ou não, gordos, magros, velhos e crianças, todos manifestavam a sua alegria por alguma coisa, havia algo que os unia a todos, mas desta vez não era o futebol nem um golo da selecção, desta vez festejava-se a vida de 155 pessoas que esperavam calmamente em cima da asa de um avião depois deste se ter despenhado num rio segundos antes.
Naquela noite assisti a uma das mais bonitas manifestações de amizade entre seres humanos, naquela noite não haviam clubes, religiões, nacionalidades nem classes sociais, éramos todos simples mortais felizes por se terem salvo tantas vidas.
Mas durou pouco tempo, depressa os dois homens voltaram à discussão e a mulher gorda se lembrou do café frio...
Enfim, já ninguém se lembrava do avião, nem do rio, nem dos 155 sortudos.
12.1.09
O rapaz que sonhou Versus morangos com chantilly
10.1.09
ora bolas!
7.1.09
Amigos, desculpem lá a coisa!
2.1.09
modernices de ano novo
28.12.08
Rita Redshoes(Casino Lisboa)
E para este dia eu tinha vários planos, entre eles uma caminhada à beira Tejo com a minha amiga Susana, para esticar as perninhas e para pôr a conversa em dia...Adoro conversar com ela, a Susana é muito inteligente e uma das poucas pessoas que ultimamente me tem ouvido com atenção. Depois da longa caminhada ainda me convidou a ir até ao Chiado, para assistir à festinha de Natal dos alunos dela, eu adorava ir ouvir o coro infantil mas não pude aceitar, a noite estava a cair e eu já tinha outros planos, ainda tinha que passar pelo Centro Comercial, e tinha combinado com o João estar em casa dele às 20h00, para irmos ao concerto da Rita Redshoes.
À hora marcada lá estava eu, e juntos seguimos rumo ao Casino Lisboa, e apesar de termos parado para comer um gelado, ainda assim chegámos cedo porque eu não queria perder pitada do espectáculo da Rita. Nesta noite, eu sabia que algures no Casino estaria a Cláudia, não esperava era encontrá-la mesmo ao meu lado, foi uma surpresa agradável, lá estava ela com um sorriso na cara, e muito animada.
A rapariga dos sapatos vermelhos entrou em palco...e eu viajo para o meu mundo de sonhos.
Ultimamente a minha vida tem girado em torno da palavra sonho, ao escutar a Rita deixo-me envolver nas minhas recordações...e as recordações são quase tudo o que resta do meu sonho...esse sonho que eu não vou desistir!